Talvez não faça assim tanto sentido assistir a este vídeo no Numa de Letra ou noutro sítio qualquer, que não fosse no Pavilhão Britânico da Bienal de Veneza 2013. Não sei, não resisti a publicá-lo.
Há 3 dias a Bienal terminou e este post serve de pretexto para lhe deixar mais uma homenagem.
Para além da participação de Pedro Cabrita Reis com um espaço paralelo à Bienal de Veneza, a representação Portuguesa na 55ª edição é feita através do Trafaria Praia, o cacilheiro que Joana Vasconcelos recuperou e que se encontra atracado perto da paragem de vaporetto dos Giardini.
Ao trazer este cacilheiro que havia sido desactivado em 2011, a artista procurou fazer uma alegoria ao comércio tradicional entre Veneza e Lisboa, por via marítima, que se desenvolveu desde o Renascimento. A água, o transporte marítimo e a arte são três factores importantes a ligar Lisboa e Veneza.
Sobre o cacilheiro, destaco o painel de azulejos azuis e brancos (tão tradicionalmente Portugueses) que reveste o exterior, da proa à popa. Belíssimo!
O convés do navio tem a marca inconfundível da artista através de crochets em algodão e lã, uns suspensos outros pousados, alguns tecidos à mistura, tudo bem iluminado com efeitos extraordinários de pequenas luzes, numa harmonia tranquila e pouco convencional.
Considero que a representação portuguesa nesta edição da Bienal de Veneza é extraordinária: Joana Vasconcelos conseguiu um pavilhão único, amovível e, portanto, a destacar-se de todas as outras representações.
Foi um orgulho ouvir fado a bordo do Trafaria Praia, sentir o pulsar português num agradável passeio que o cacilheiro faz diariamente.
Um dos pontos altos não só de Veneza mas também dos sítios por onde passei nas últimas férias foi, sem dúvida, a Bienal de Veneza.
As expectativas antes de viajar eram altas e a visita não as defraudou, pelo contrário, deixou uma forte marca positiva nas memórias destas férias.
De dois em dois anos Veneza torna-se a capital mundial de Arte, acolhendo “a nata” dos melhores artistas de Arte Contemporânea do mundo, nessa que é a mais antiga e bonita exposição internacional de Arte, espalhando-se por vários pontos da cidade, interagindo com ela. Este ano, teve início a 1 de Junho e vai-se prolongar até 24 de Novembro.
Saindo do vaporetto na paragem do “Giardini”, comprei bilhete para passar um dia nas exposições do “Giardini” e outro nas do “Arsenale”. Aí está Il Palazzo Enciclopedico, um museu com artistas de todo o mundo e exposições em pavilhões de vários países, cada um com os seu próprio curador. Este ano há 88 participantes, 10 dos quais estreando-se nesta exposição. A cada nova edição há mais países a pedirem para serem convidados.
Fiquei orgulhosa com a representação de Portugal, em que destaco Pedro Cabrita Reis com “A Remote Whisper”, um pavilhão colateral à Bienal e do tão conhecido cacilheiro de Joana Vasconcelos “Trafaria Praia” que destacarei num próximo post.
55ª exposição internacional de arte
museu nacional soares dos reis
projecto arte de portas abertas
quantas madrugadas tem a noite