Para além da participação de Pedro Cabrita Reis com um espaço paralelo à Bienal de Veneza, a representação Portuguesa na 55ª edição é feita através do Trafaria Praia, o cacilheiro que Joana Vasconcelos recuperou e que se encontra atracado perto da paragem de vaporetto dos Giardini.
Ao trazer este cacilheiro que havia sido desactivado em 2011, a artista procurou fazer uma alegoria ao comércio tradicional entre Veneza e Lisboa, por via marítima, que se desenvolveu desde o Renascimento. A água, o transporte marítimo e a arte são três factores importantes a ligar Lisboa e Veneza.
Sobre o cacilheiro, destaco o painel de azulejos azuis e brancos (tão tradicionalmente Portugueses) que reveste o exterior, da proa à popa. Belíssimo!
O convés do navio tem a marca inconfundível da artista através de crochets em algodão e lã, uns suspensos outros pousados, alguns tecidos à mistura, tudo bem iluminado com efeitos extraordinários de pequenas luzes, numa harmonia tranquila e pouco convencional.
Considero que a representação portuguesa nesta edição da Bienal de Veneza é extraordinária: Joana Vasconcelos conseguiu um pavilhão único, amovível e, portanto, a destacar-se de todas as outras representações.
Foi um orgulho ouvir fado a bordo do Trafaria Praia, sentir o pulsar português num agradável passeio que o cacilheiro faz diariamente.
55ª exposição internacional de arte
museu nacional soares dos reis
projecto arte de portas abertas
quantas madrugadas tem a noite