“Catarina ou o Sabor da Maçã” é uma narrativa de apenas 86 páginas que fala de amor, paixão, enamoramento, relações humanas, declínio, enfim!, de pessoas e de como elas são complexas. Poucas páginas para sentimentos tão difíceis de expor e António Alçada Baptista consegue-o de forma interessante e envolvente.
O narrador e personagem principal desta história, um homem quase a fazer 50 anos, apaixona-se pelo grande amor do seu amigo Felipe, uma rapariga doce e cativante que, contudo, tem um fascínio pelo perigo e pelo abismo. Assim é Catarina e assim nasce o envolvimento de ambos. Um envolvimento idílico e profundo, sem dúvida, mas curto e efémero já que Catarina depressa se desliga para, com outros homens, seguir um trajecto de ruína.
Foi a primeira vez que li A. A. Baptista e comecei com um romance pequenino. Confesso que gostei e fiquei com vontade de ler outros títulos mais sonantes da vasta obra do autor.
Adoro coincidências literárias.
Há pouco tempo terminei “O Livro de Areia” de Jorge Luis Borges e não é que vejo este autor mencionado no livro que actualmente leio de António Alçada Baptista?
Uma excelente definição da escrita de Borges, por sinal: