Manuel Rui (Alves Monteiro) nasceu no Huambo, em 1941. Tem publicados vários livros de ficção e de poemas e, a título de curiosidade, é também o autor do hino nacional de Angola.
Editado em 1982, “Quem me Dera Ser Onda” é o seu primeiro romance e conta a história de uma família que vive num prédio onde é proibido ter animais. Contrariando essa regra, o pai, Diogo, decide levar às escondidas um porco para a varanda de casa, com o intuito de o engordar para a matança do Carnaval. Mas Zeca e Ruca, os filhos de Diogo, acabam por se afeiçoar ao bicho. Dão-lhe um nome (“carnaval da vitória”), brincam com ele, põem-no a ouvir rádio e arranjam mil e um planos para evitar a matança. Será que evitam?
Com uma história aparentemente simples, quase infantil, esta novela aborda temas sérios presentes na sociedade angolana, após a independência: as consequências da guerra, a condição humana, as classes sociais, a corrupção, os preconceitos, a liberdade,…
Trata-se de uma metáfora escrita com uma linguagem que se assemelha à oralidade angolana. Por isso mesmo, precisou de um glossário no final para decifrar alguns termos, o que, juntando à forma de crítica social, me fez lembrar um pouco “a onda” de Ondjaki.
Porque é que comento este livro sem previamente o ter anunciado? A verdade é que foi a leitura sugerida para o mês de Setembro no Clube de Leitura a que pertenço. Brevemente virá a Teolinda Gersão.
55ª exposição internacional de arte
museu nacional soares dos reis
projecto arte de portas abertas
quantas madrugadas tem a noite