Pertencer a um Clube de Leitura tem a vantagem de nos levar a títulos e autores que, se escolhessemos sozinhos, provavelmente não seriam opção. Foi o que me aconteceu com Lídia Jorge e “A Noite das Mulheres Cantoras”.
A narrativa começa na tal “noite das mulheres cantoras”, um reencontro de elementos de um grupo musical do final da década de 80 do século XX. Solange de Matos é a narradora e, a partir dessa noite, vai contar a história que começou há 21 anos, tinha ela então 19 e um dom natural para escrever letras de músicas.
Faço um parêntesis neste texto para dizer que, apesar das diferenças óbvias entre as duas bandas, durante a leitura deste livro lembrei-me recorrentemente das “Doce”.
Como passei a infância nos anos oitenta, esta é uma década que me toca particularmente, como aliás penso que acontecerá com a maioria das pessoas da minha geração. É bom recordar a época e os seus símbolos e foi talvez isso o que mais me cativou neste livro.
Aparentemente é uma narrativa simples com uma escrita fluída e acessível mas, no fundo, é um romance de grande densidade poética, uma parábola social muito actual.
Quem conhece a autora diz que este livro foge um pouco da sua tradicional linha de escrita. Não sei, esta foi a minha estreia em Lídia Jorge e confesso que gostei da experiência.
Fica a sugestão!
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projecto arte de portas abertas
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