"Travessia de Verão" foi o terceiro livro que li de Truman Capote e já não me restam dúvidas de que está entre os meus autores favoritos. O que gosto em Capote tem a ver com a forma fantástica como escreve e com as sedutoras histórias que, mesmo tendo sido escritas em meados do século XX, são sempre incrivelmente actuais. Há ainda um secreto motivo, algo bastante pessoal: as suas narrativas passam-se quase sempre em Nova Iorque, com descrições de sítios que tão bem conheço e porque as suas palavras me fazem sonhar e me transportam a esses sítos, revisitá-los é sempre gratificante.
"Travessia de Verão" é um pequeníssimo romance com pouco mais de 100 páginas e conta a história de Grady, uma jovem prestes a completar 18 anos, filha de uma família rica que, durante umas férias de Verão em que os pais fazem uma viagem pela Europa, fica por sua conta no apartamento onde vivem, situado na sofisticada 5ª Avenida.
Grady aproveita o estar sozinha para viver um amor secreto com um jovem judeu, que trabalha em Brooklyn.
Uma vez mais sobressaem os sentimentos, o conflito de gerações e a divisão das classes sociais. Também aqui, tal como nos livros anteriores, foram usadas metáforas, traço peculiar da genial escrita de Truman Capote. Apesar disso, notei algo de diferente, ainda que microscópico, relativamente aos dois livros anteriores: a escrita é menos fluída, mais floreada.
Publicado apenas em 2006, os manuscritos do livro tinham sido encontrados em 2004 pelo porteiro do prédio onde T. Capote vivera, juntamente com vários outros objectos pessoais do autor. Um belo achado, sem dúvida.
Sem ter ficado deslumbrada, gostei. Este é um dos autores norte-americanos da minha preferência.
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