“A Laranja Mecânica” é um título sonante que não deixa praticamente ninguém indiferente, em grande parte, é certo, por causa do célebre filme de Stanley Kubrick do início da década de 70, mas a génese está no livro de Anthony Burgess, editado em 1962.
A acção desenrola-se em Londres, num ambiente dominado pela violência de inúmeros grupos marginais, que geram o caos através de violações, assaltos, crimes e uma série de delitos da pior espécie. Tudo isto praticado por puro prazer, tornando-se a forma de estar destes jovens, o seu estilo de vida.
Alex é o líder de um desses grupos de delinquentes. Um rapaz de 16 anos com uma índole tão atroz, que a sua paixão pela música clássica é fonte de inspiração para cometer actos criminosos.
Um conflito com os restantes membros leva-o à prisão e é aí que, 2 anos mais tarde, serve de cobaia para o “método Ludovico”, um tratamento de apenas 15 dias, que impedirá qualquer acto ou vontade de praticar o mal, transformando o criminoso num ser bom.
Além de protagonista, Alex é o narrador desta extraordinária história.
Referindo-se muitas vezes a si mesmo como “o Vosso Humilde Narrador”, Alex utiliza uma linguagem própria de adolescentes de um futuro próximo: uma combinação de palavras da língua russa, gíria, calão e raízes semânticas inglesas. Burgess inventou assim muitas dezenas de vocábulos que a princípio podem soar de forma estranha ao leitor, mas rapidamente começam a fazer parte integrante da história, passando o glossário do final a ser praticamente dispensável.
Pelo cunho marcante deste livro, pela capacidade que tem em prepetuar excertos na memória, pelas questões morais que levanta e porque de facto é um livro incrível, lembrei-me várias vezes de uma outra obra que adorei e tanto me marcou: “1984”, de George Orwell.
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