Ontem foi a abertura oficial da 36ª edição do Fantasporto. Decorreu no Rivoli, como habitualmente.
Pela primeira vez na história do festival, o filme exibido, "Gelo", era português e foi também antestreia mundial.
Deixo um pequeno registo da equipa, que esteve "em peso" no Rivoli.
Oliver, o personagem principal deste romance, crecseu em Stilbourne, uma pequena cidade inglesa de poucos habitantes, todos eles curiosos das vidas uns dos outros e respectivos mexericos.
Fez as asneiras próprias de um adolescente, aprendeu Música e com ela descobriu o seu dom, para além de uma grande paixão por esta Arte. Apesar disso, levado pela sociedade e seus estereótipos, vai para a Universidade de Oxford estudar Química, optando por uma vida padronizada e assim fugindo ao que realmente o faz feliz.
Uma história passada nos anos 20 igual a tantas outras dos nossos dias, quase um século depois.
Um livro onde em muitos aspectos me revi, com passagens absolutamente marcantes que deixaram um forte eco por exprimirem tão bem a realidade de tantos “Oliver”.
Sir William Golding é um escritor inglês muito premiado, ganhou o Nobel da Literatura em 1983 e há quem diga que “A Pirâmide” é um romance quase auto-biográfico.
Adorei!!
Pertencer a um Clube de Leitura tem a vantagem de nos levar a títulos e autores que, se escolhessemos sozinhos, provavelmente não seriam opção. Foi o que me aconteceu com Lídia Jorge e “A Noite das Mulheres Cantoras”.
A narrativa começa na tal “noite das mulheres cantoras”, um reencontro de elementos de um grupo musical do final da década de 80 do século XX. Solange de Matos é a narradora e, a partir dessa noite, vai contar a história que começou há 21 anos, tinha ela então 19 e um dom natural para escrever letras de músicas.
Faço um parêntesis neste texto para dizer que, apesar das diferenças óbvias entre as duas bandas, durante a leitura deste livro lembrei-me recorrentemente das “Doce”.
Como passei a infância nos anos oitenta, esta é uma década que me toca particularmente, como aliás penso que acontecerá com a maioria das pessoas da minha geração. É bom recordar a época e os seus símbolos e foi talvez isso o que mais me cativou neste livro.
Aparentemente é uma narrativa simples com uma escrita fluída e acessível mas, no fundo, é um romance de grande densidade poética, uma parábola social muito actual.
Quem conhece a autora diz que este livro foge um pouco da sua tradicional linha de escrita. Não sei, esta foi a minha estreia em Lídia Jorge e confesso que gostei da experiência.
Fica a sugestão!
55ª exposição internacional de arte
museu nacional soares dos reis
projecto arte de portas abertas
quantas madrugadas tem a noite