Clarice Lispector nasceu em 1920 na Ucrânia, filha de pais judeus. Em 1922, devido aos pogroms (ataques de violência em massa contra judeus), toda a família emigrou para o Brasil. Morreu em 1977.
O seu percurso esteve sempre ligado aos livros: primeiro, como leitora devota e aos 22 anos publicando o seu primeiro romance, “Perto do Coração Selvagem”.
Lançado em 1960, "Laços de Família" reúne 13 contos variados, histórias originais e muito gráficas. As descrições são tão perfeitas que conseguimos visualizar as cenas, com situações mais ou menos previsíveis, contudo pouco prováveis de nos acontecerem.
A mesa e as refeições, elementos simbólicos da família, são recorrentes entre estes contos.
Diz-se que há um paralelismo autobiográfico nesta compilação de histórias, o que faz sentido, se conhecermos algumas facetas da vida de CL e dos seus progenitores.
O prefácio é de Lídia Jorge que descreve o livro como "uma daquelas raras escritas da qual se sai diferente quando uma vez lá se entrou, como se ela mesma fosse e contivesse em si a oferta de uma revelação surpreendente e por vezes devastadora".
Por concordar com a apreciação de Lídia Jorge, mesmo não sendo grande adepta de contos, o que mais me cativou foi a criatividade que têm, a componente humana retratada e em 3 dos contos, a alusão a animais sempre com uma certa afectividade.
55ª exposição internacional de arte
museu nacional soares dos reis
projecto arte de portas abertas
quantas madrugadas tem a noite