S. João é festa popular, cor, alho pôrro, manjericos, quadras populares, martelos, balões, fogo-de-artifício, cascatas e sardinhas. S. João é a festa do Porto.
Feliz S. João!
Este é o registo possível de uma edição de Inaugurações Simultâneas pautada pelo calor insuportável que afastou os visitantes. A Numa de Letra só visitou uma exposição.
O evento entra agora de férias, regressando em Setembro. Até lá!
A acompanhar o post vem uma certa nostalgia por este ano a Numa de Letra ter faltado à Feira do Livro de Lisboa.
A leitora foi captada ano passado, a poucos metros da entrada do Parque Eduardo VII.
Quanto ao título do livro, bem! É já um repetente nesta rubrica...
Bom feriado!
Nos anos noventa a editora de João Ubaldo Ribeiro anunciou ter encomendado a este escritor um texto sobre a luxúria. Assim surge “A Casa dos Budas Ditosos”, a transposição para livro de uma gravação deixada por um desconhecido ao porteiro do edifício onde trabalhava João Ubaldo Ribeiro.
É o relato impúdico e sem preconceitos de uma baiana de quase setenta anos, de cujo nome apenas as iniciais nos são reveladas (CLB), ao contrário da sua vida sexual, depravada ao exagero, que é quase toda exposta. Tudo, numa linguagem crua condizente com a sua condição social.
Também como ela própria explica, não é um romance e pretende chocar os leitores: “quero que quem me ler fique com vontade de fazer sacanagem”. Objectivo conseguido, já que o livro foi proibido no mercado português. Por outro lado, João Ubaldo Ribeiro recebeu várias cartas de mulheres que gostaram da protagonista.
Apesar de ser pornográfico e de utilizar muitas vezes linguagem vernácula, supera a “literatura de cordel” que eu associava aos livros do género. Afinal um livro pornográfico pode ser bem escrito.
Fica a dúvida se este “homem fêmea” (como a própria personagem se autodefine) existiu mesmo ou se não será um subterfúgio do escritor para a ousadia literária e consequente quebra de inibições de escrita.
É um livro escrito em português do Brasil, pátria do escritor e durante a sua leitura tantas vezes tive a sensação de ser a personagem a contar a própria história.
55ª exposição internacional de arte
museu nacional soares dos reis
projecto arte de portas abertas
quantas madrugadas tem a noite