O Andres é sueco, vive em Falun (200 km a norte de Estocolmo) e abordei-o em Londres. Passava férias com um grupo de amigos durante 4 dias e o destino seguinte era Paris, via Canal da Mancha.
Regresso a esta rubrica pela mão da Manu que teve a gentileza de me enviar algumas fotos com mensagens murais.
Seleccionei estas que achei francamente boas e espero que gostem.
Passaram quase dois anos desde que terminei o 2º volume da trilogia “1Q84” e muitos pormenores da história já estavam esquecidos. No entanto, durante a leitura do Livro 3, facilmente relembrei cada detalhe importante dos livros anteriores, porque sem dúvida Murakami teve esse propósito.
No livro 2 achei que o enredo evoluiu bastante, ao contrário deste 3º e último volume com várias passagens que considero repetidas logo, desnecessárias. Em contrapartida, há uma parte interessantíssima quando cada personagem descreve o seu ponto de vista face a uma situação comum a todos eles (fez-me lembrar “A Insustentável Leveza do Ser”, de Milan Kundera).
Em nenhum momento do livro me aborreci, ler Murakami é sempre um prazer.
Neste último volume há uma nova personagem a intercalar os capítulos dedicados a Aomane e a Tengo, personagens que acompanham a trilogia. É Ushikawa, um homem invulgar e enigmático que acrescenta algum mistério à trama.
O enredo centra-se em dois lados opositores: a Vanguarda (uma espécie de seita religiosa com hierarquia, regras e muito secretismo) e uma frente liderada por uma senhora milionária que apoia e protege mulheres vítimas de violência. Passa-se num sítio paralelo à realidade do ano 1984, chamado 1Q84, onde existem duas luas, um Povo Pequeno que constrói crisálidas de ar, uma mã e uma nina que representam a consciência e o alter-ego, entre outros traços sui-generis característicos da escrita única de Murakami.
O que liga tudo isto é uma história de amor. Na contracapa deste terceiro livro há um comentário do jornal alemão “Die Literarische Welt” que o descreve como ”Um verdadeiro Romeu e Julieta dos nossos tempos”. A verdade é que tal descrição começa a fazer mais sentido nos 3 últimos capítulos do romance.
Ainda que prefira o Haruki Murakami de “Kafka à Beira-Mar”, de “Norwegian Wood” e de “Crónica do Pássaro de Corda”, esta empreitada que me levou 3 anos, foi uma boa experiência.
Entretanto este japonês do qual sou fã, já publicou mais 2 livros, o que muito me agrada.
A Veruska aceitou o repto que lancei e enviou uma mensagem fotográfica de Valparaíso (Chile) que aqui deixo ficar, desde já aguardando e agradecendo comentários.
Por mim, adorei.
Por sugestão da Veruska em comentário desta nova rubrica, deixo o convite, a quem quiser participar enviando fotografias interessantes de murais que contenham mensagens (escritas, pictóricas e, sobretudo, originais).
E-mail: numadeletra@gmail.com
55ª exposição internacional de arte
museu nacional soares dos reis
projecto arte de portas abertas
quantas madrugadas tem a noite