O Sr. António Ferreira é um amante da Literatura, História Medieval e Filosofia Medieval. Tem mais de 5000 livros espalhados por todos os compartimentos da casa, excepto em dois (ãhmm... eses mesmos!).
Encontrei-o no Museu Nacional Soares dos Reis (Porto).
Pois é!... passaram 6 semanas e eis que chega, já no próximo Sábado, mais uma edição das Inaugurações Simultâneas em Miguel Bombarda.
Como sempre, aqui fica o respectivo cartaz isto é, o convite para um fim-de-tarde cultural e divertido.
Vemo-nos por lá!...
Na última Páscoa recebi “O Ano Sabático” da autoria de João Tordo e, se não tivesse sido oferecido, provavelmente jamais repararia nele. A verdade é que quem mo ofereceu conhece bem os meus gostos e, portanto, fiquei entusiasmada e expectante.
Que história tão envolvente e intigrante! Rendi-me, logo nas primeiras páginas. Tanto, que converti quase todos os momentos livres em leitura e cheguei ao fim em pouquíssimos dias. Viciante, confesso.
Andava tão emplogada que narrei a primeira parte do livro a algumas pessoas próximas e todas me ouviram com curiosidade, exprimindo vontade de o ler.
A narrativa começa com Hugo (um músico de Jazz) a regressar a Lisboa vindo de Montreal, onde viveu durante mais de uma década, tranzendo como única companhia um contrabaixo chamado “Nutella”. Lá, teve uma vida de exageros e declínio físico e psicológico, devido ao consumo excessivo de álcool e drogas, mas também pela sua personalidade insegura.
Um retorno que Hugo designou como “ano sabático”, numa tentativa de reequilíbrio e reaproximação à família, que acabou por ser muito mais.
Num espectáculo ao vivo Hugo ouve a melodia que andava a compôr há anos, ser tocada por Luís Stockman, um pianista conceituado. A partir daí, a sua vida passa a ser gerida obessivamente por este acontecimento, que não consegue entender.
Como é que algo único pode surgir, repetido por outra pessoa? Terá havido plágio? O que se passa?
Mais intrigante ainda é que as semelhanças físicas entre ambos são de tal forma evidentes que Hugo é confundido com Luís...
Há uma série de acontecimentos que fazem questionar a individualidade, o cunho pessoal que nos torna seres únicos entre tantos milhões... mas será que cada um de nós é mesmo único?
O livro continua com um enredo envolvente e de quase suspense, que não vou divulgar. Deixo a sugestão de leitura e a certeza que, quem a aceitar, não ficará desiludido.
Permito-me passar a post o interessante comentário do Rui o leitor de "Meio Irmão", da autoria de Lars Saabye Christensen, que dei a conhecer em "Alguém, algures... Numa de Leitura (III)":
Cá estou eu a comentar um post em que sou um interveniente. O livro é bom, o momento é bom, mas há um tipo que estraga.
Pois é. Já não é o primeiro livro que leio deste escritor e se li o segundo é porque o primeiro me agradou.
Esta é uma obra de fundo, um épico. A história de quatro gerações de uma família singular. Este escritor vagueia como nenhum outro por o mundo das crianças fazendo-nos recuar no tempo e perceber mais claramente as causas do que nos tornamos hoje. A sua abordagem contém inúmeros pequenos nadas que se transformam rapidamente em causas determinantes que levam quase sempre a um fatalismo que não nos deixa tristes mas antes melancólicos. Como lidar com a diferença é a pergunta que sempre me coloco enquanto leitor deste autor. O Bullying é também um tema recorrente mas tratado com subtileza, não directamente e sem nunca fazer precipitados juízos de valor, ou seja é um dos escritores que não nos guiam, dá-nos liberdade.
Agradeço ao Rui esta agradável iniciativa e, a quem visita o blog e já leu o livro/ou não, porque não um comentário?
No último dia do Fantasporto 2013, o Rui, à porta do Rivoli, embrenhado na sua leitura, enquanto esperava pela sessão de "Thale" - Prémio Público.
Como já por aqui tive oportunidade de dizer, os contos e as pequenas histórias não estão nas minhas leituras de eleição e por isso dou-lhes pouca prioridade.
Ao pegar nesta edição de 1978 – que, diga-se de passagem, sempre me cativou pelo bonito título e pelo seu vermelho a contrastar com a lombada azul turquesa –, sem o saber ou premeditar, escolhi-a na altura certa.
Alberto Moravia escreve trinta histórias sobre trinta mulheres. Narrativas agradáveis, muito diferentes umas das outras, ainda que com um ou outro detalhe comum, quiçá pequenas brincadeiras do autor… Por exemplo, o comerciante de perfumes numa história, a mesma profissão na seguinte, num contexto completamente diferente.
Uma similaridade que as une: a inconstância no amor. Casamentos falhados, forçados, amantes à mistura, a busca incessante pelo amor, a eterna guerra entre sexos. Há um toque masculino em todas elas, um constante relembrar ao leitor que quem aqui escreve no feminino do singular é um homem.
Em suma, é um conjunto de pequenas histórias que proporcionam uma boa distracção sem nada cobrarem em troca. Não há nomes, sítios nem qualquer detalhe importante para memorizar para as próximas leituras, porque a seguir há uma nova história.
A leitura certa quando a mente exige espaço e pouca concentração e quando a vida nos mostra que, afinal, temos uma outra face da lua...
Uma tranquila leitora no Museu de Serralves, à entrada da exposição "A Segunda Imagem", de Patricia Dauder.
55ª exposição internacional de arte
museu nacional soares dos reis
projecto arte de portas abertas
quantas madrugadas tem a noite