Acabou!!... a ansiedade, o temor, o repúdio, a compaixão (muita!), essa série de sensações desagradáveis que me perseguiram durante a leitura de “A Estrada”, de Cormac McCarthy mas que, apesar disso, não foram suficientemente fortes para me convencerem a desistir.
Foi uma leitura sofrida e dolorosa, porque o livro comporta pormenores sórdidos que rapidamente espero apagar da memória.
Estranhamente prendeu-me até à última página, fui lendo até com alguma sofreguidão, quem sabe se na esperança vã de encontrar algo positivo, apesar da história dificilmente o prever. Mas a escrita era fantástica!
É um livro com algumas dezenas de breves trechos a que o autor não chama capítulos, que retrata a luta diária pela sobrevivência de pai e filho, num mundo em que quase tudo morreu, restando apenas cinzas, destroços e pouco mais que faça valer o esforço constante. Com vida, apenas alguns humanos, uns bons e outros muito maus, canibais que, para sobreviverem, não olham a meios ou a quem. É definitivamente a lei da sobrevivência no seu máximo expoente.
Cormac McCarthy é também autor de "Este País Não é Para Velhos", obra adaptada ao cinema pelos irmãos Coen (vencedor de 4 Oscars, incluindo o de melhor filme) que gostei sinceramente de ver, em 2008.
Já “A Estrada”, também adaptado para cinema, por John Hillcoat, é filme que não tenciono ver... bastou-me a leitura do original para ficar satisfeita, isto é, com a cabeça e o estômago a pedirem coisas mais leves e fáceis de digerir.
Em resumo, um livro cinzento e forte, com uma escrita extraordinária!
Esta crónica é simples e agradável: foi uma tarde em cheio, no Quarteirão das Artes, em Miguel Bombarda.
Muitas e boas inaugurações, com a Pintura em destaque mas também com boa Fotografia, arte alternativa com religião à mistura, as lojas a primar pela inovação e por vezes alguma irreverência - ou não estivessemos num evento de Arte. Também, e ainda livros, um DJ à janela a dar música a quem passava...
As pessoas apareceram à tarde convidativa que o S. Pedro ofereceu. Pelo meio um chá servido com scones quentes e deliciosos, a máquina a disparar para aqui deixar testemunho de um evento que se renova em cada edição, nunca defraudando expectativas.
Depois, os pormenores singulares de quem aprecia pequeninos detalhes: o gato em telhado que não era de zinco, o grafiti talentoso da parede, com direito a assinatura, por exemplo.
Definitivamente o Porto está na moda, como a Arte, ou como a conversa de circunstância com algum artista acabado de conhecer.
Aqui fica o registo possível do que se viu e viveu.
Parabéns à organização e a todos aqueles que se envolvem directa ou indirectamente. Parabéns à Invicta!
Perdoem-me os leitores de outras paragens mas por vezes dá vontade de exibir algum bairrismo... sobretudo quando o motivo é francamente bom e quando o que nos oferecem tem qualidade.
55ª exposição internacional de arte
museu nacional soares dos reis
projecto arte de portas abertas
quantas madrugadas tem a noite