De regresso ao Continente agora em Cascais, essa preciosidade que este ano comemora 40 anos de vida, chamada Livraria Galileu.
A receber-nos uma livreira extrovertida, sábia e deliciosa: Madame Caroline, amante indisfarçável dos livros, decoradora da vitrine onde, desde o início do ano vai escrevendo, desenhando e colando recortes de, como a própria diz, tudo o que lhe apetece.
Um rés-do-chão com prateleiras repletas e bem organizadas, literatura Portuguesa, Francesa e Inglesa. Mapas, também.
No chão em pilhas, títulos raros, muito antigos. É preciso tempo para descobrir as preciosidades que lá moram e para as encontrar temos de nos “pôr de gatas”.
Na cave por ordem alfabética (quase) e por temas (Geografia, História, Arte, Literatura,...) um número infinito de títulos, um espaço com pouca iluminação e muita cultura, com pequenos pormenores divertidos: o cartaz que avisa que a desordem é organizada, marquinhas antigas de livros, retalhos de jornais, um sem fim de curiosidades que nos prendem a atenção e fazem esquecer o compasso do relógio. É também na cave que se fazem restauros de livros.
As fotografias são esclarecedoras...
Acrescento ainda que a Livraria Galileu tem uma parceria com a “Casa das Histórias” de Paula Rego, sendo responsável pelos livros que aí se vendem.
Numa de Letra regressou de férias e vai agora dar conta das visitas “úteis” que então fez, nas localidades onde assentou.
Em primeiro lugar, o Funchal e a Livraria Esperança. Meio escondida, já que é preciso ir até ao 1º andar para lá chegar, é uma autêntica “caixa de Pandora”: vale a pena perdermo-nos no labirinto dos seus escaparates. Há edições muito antigas, títulos raros, novidades, literatura infantil, dicionários,... enfim 106000 títulos disponíveis, tornando-a a maior Livraria do País e uma das maiores do Mundo.
Quatro fotografias ilustram e atestam o que aqui foi dito.
Escusado será dizer que aproveitei para comprar algumas raridades que procurava há uns tempos.
Fica a porta aberta para um segundo artigo, que sairá brevemente, onde também darei conta de outro espaço muiiito interessante.
Pensar na segunda parte de uma trilogia, sugere-me “marcar passo”. Talvez esta minha ideia pré-concebida se tenha formado com base na 7ª Arte, onde por diversas vezes senti que os primeiros e terceiros capítulos trouxeram algo de realmente interessante, comparativamente com os segundos, que quase podiam ser omitidos.
O volume 2 de “1Q84” não se enquadra neste grupo. Aqui são dadas a conhecer as respostas a grande parte dos mistérios levantados no primeiro livro. Em compensação, surgem mais enigmas.
A história avança e, mesmo para quem tenha lido o primeiro livro meses antes e já não o recorde com rigor, – foi o meu caso – no segundo o importante é referido de forma natural, nada forçada, e o leitor facilmente se lembra do que já havia lido. Simples, posso assegurar e muito, mas muito bem conseguido.
No primeiro livro, as vidas das personagens principais Aomame e Tengo (contadas em capítulos alternados) pareciam nada ter a ver uma com a outra e só no final revelaram alguns pontos comuns, embora muito tenuemente. No 2º volume estão intrínseca e assumidamente ligadas.
A continuação da narrativa do livro anterior, ganha agora contornos de uma história de amor, com o que de mais invulgar essa associação de palavras nos traz à imaginação e com o que de menos banal se pode pretender de uma história de amor. Afinal é Murakami quem conta a história, a banalidade não é característica sua.
A propósito do livro “A Crisálida de Ar”, em torno do qual gira a trama dos dois volumes de “1Q84”, a maneira como este enorme sucesso de vendas é descrito neste romance, poderia facilmente aplicar-se ao próprio “1Q84”.
Aqui está um excerto do volume 2, uma pequenina descrição sobre “A Crisálida de Ar”, que encaixa que nem uma luva no que é o vasto mundo da escrita e obra de Murakami:
Ainda que não considere “1Q84” o que de melhor o autor escreveu, Murakami continua a surpreender e a encantar.
55ª exposição internacional de arte
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projecto arte de portas abertas
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