Em “Nunca me Deixes" Kathy, a personagem principal, conta a sua história e a de Ruth e Tommy, seus amigos íntimos, desde tenra idade até ao fim da vida destes. Crianças postas no mundo com o propósito único de doarem órgãos, sendo o seu percurso e mentalidade moldados nesse sentido, por tutores.
Porque será que os tutores valorizam tanto a capacidade criativa e os trabalhos artísticos destas crianças? De onde vêm elas, afinal? O que escondem os tutores? São algumas perguntas colocadas pelo leitor ao longo da narrativa, finalmente desvendadas na 3ª e última parte do livro.
É uma história triste e comovente que, apesar de um desfecho previsível, me manteve interessada até à última página. É também uma história futurista com traços de ficção científica na qual o autor utiliza uma escrita muito simples, quase primária, talvez com o propósito de fazer realçar a mentalidade e idiossincrasias das personagens.
O tema é forte e polémico. Um interessante mote para uma boa conversa e troca de ideias entre quem o lê. É a condição humana que está a ser analisada.
Kazuo Ishiguro nasceu no Japão em 1954 mas mudou-se para Inglaterra com os pais em 1960. Actualmente reside em Londres. Foi vencedor do Man Booker Prize em 1969.
55ª exposição internacional de arte
museu nacional soares dos reis
projecto arte de portas abertas
quantas madrugadas tem a noite