“Admirável Mundo Novo”, da autoria de Aldous Huxley, foi publicado em 1932 e contrariamente ao que o título possa sugerir, aborda a evolução da espécie humana e não o progresso da ciência.
Trata-se de um romance ficcionado, um livro visionário já que, hipoteticamente no futuro, a espécie humana se desenvolve biológica e psicologicamente condicionada, dentro de uma sociedade organizada por castas, dos mais inteligentes aos imbecis: os alfas e os betas, depois os gamas, os deltas, os epsilões e, finalmente, a casta menos dotada, os bokanovsky.
O significado de família não existe, mãe e pai são figuras repugnantes para esta sociedade. Também Deus é banido e metaforicamente apelidado de “Ford”; “oh meu Ford” e “por amor de Ford” assim dizem – numa alusão a Henry Ford, o pioneiro fabricante de automóveis.
A partir do momento em que estes indivíduos criados em laboratório nascem, as suas mentes são moldadas e tolhidas de inúmeras formas: através da hipnopédia, consumindo soma ou ainda através da fomentação de conceitos como a poligamia, a leviandade e a banalização das relações amorosas. Tudo em prol de uma sociedade feliz e estável, logo facilmente manipulável.
É a total desumanização da espécie, a revolução última do indivíduo. Apesar disso o livro não é uma utopia, antes uma distopia.
Aldous Huxley nasceu em 1894 nos Estados Unidos e morreu em 1963. Foi ensaista e escritor e foi ainda professor, entre outros, de George Orwell.
Ainda que com pontos de vista distintos, “Admirável Mundo Novo” e “1984” aproximam-se no facto de apontarem ambos para sociedades futuras onde não há liberdade de expressão.
Há uns anos li “1984”. Foi um livro que me marcou de tal maneira, que ainda hoje muitas vezes me vem à memória. É, sem dúvida, um dos meus livros favoritos. “Admirável Mundo Novo” ocupa agora também um lugar importante na minha lista de preferências literárias.
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