Coincidindo com o mês em que foi anunciado o vencedor do prestigiado "Man Booker Prize" de 2012, peguei no livro vencedor do prémio em 2010: "A Questão Finkler" de Howard Jacobson, um escritor britânico, de origem judaica.
Treslove, Libor e Finkler são as personagens centrais. O que têm em comum? Para além de uma amizade de longa data, Libor e Finkler são judeus e Treslove aspira a ser. Mais, tornar-se judeu é uma obsessão para Julian Treslove, a personagem principal desta narrativa. Um homem que, apesar dos seus 49 anos, vive em plena crise de identidade, tal é o seu pessimismo a propósito de tudo e insegurança a respeito de nada. Uma obsessão não religiosa mas cultural, que Treslove alimenta através da constante pesquisa de hábitos, maneira de ser, características e até tiques semitas.
Chega a construir uma semântica própria, referindo-se aos judeus como os finklers.
Finklerófilo, finkleridade, finkleresa, finkleraico e não-finklers, são disso exemplo.
Através de discussões filosóficas, de episódios ligados aos "Judeus enVERgonhados", um movimento liderado por Sam Finkler, e em inúmeras passagens ao longo desta obra de ficção, são abordados com inteligência e humor, temas sérios e polémicos, tais como o sionismo, a circuncisão, o Holocausto, o conflito entre Israel e Palestina, a faixa de Gaza, entre outros.
Temas que Treslove tenta aprofundar, na esperança de conseguir formar uma opinião concreta.
Neste livro predominam ainda os termos iídiches (a língua germânica das comunidades judaicas hoje existentes na Europa Central e Ocidental).
Um óptimo romance, uma escrita bela e cativante a merecer a distinção do prestigiado prémio.
55ª exposição internacional de arte
museu nacional soares dos reis
projecto arte de portas abertas
quantas madrugadas tem a noite